quarta-feira, 19 de agosto de 2015

O que é Terapia?

Existem quase tantas definições de terapia quanto há terapeutas. Terapia é um relacionamento e, como tal, apresenta bons resultados quando as duas partes estão satisfeitas. Há muitas escolas, como a cognitiva, a comportamental, a analítica e a humanista ou gestaltismo, entre outras. Os resultados positivos, porém, dependem menos do tipo de terapia escolhido e mais do relacionamento existente entre paciente e analista. Muito mais importante do que saber o tipo de terapia a ser aplicado é confiar no terapeuta. Há momentos durante o processo terapêutico em que você pode sentir raiva do terapeuta ou ficar aborrecido com ele (e isso é normal), mas sempre deve haver confiança. Outro aspecto essencial é a competência. Treinamento e experiência são fundamentais nesse campo. Por sua condição de ser humano, o terapeuta comete erros. Paradoxalmente, é mais fácil confiar em alguém que admite estar errado do que em alguém que afirma estar sempre certo.
A terapia é antes de tudo um processo. Assemelha-se, de muitas maneiras, à vida. Imagine duas pessoas, o terapeuta e seu paciente, que se concentram na vida de alguém. Esse tipo de concentração e de atenção é poderoso. Muitas vezes, os pacientes se sentem mais calmos apenas com a atenção, o que é terapêutico. Há um forte componente de aprendizado em todas as terapias. Alguns tipos são mais didáticos e alguns terapeutas parecem professores. Outros são mais sutis e o aprendizado é indireto. De qualquer forma, aprendizado, treinamento, reflexão e reestruturação fazem parte do processo de mudança.
Muitos pacientes querem que o terapeuta tome conta de sua vida. Isso nada tem a ver com boa terapia. Boa terapia tampouco tem a ver com aconselhamento, solução de problemas ou tomada de decisões, embora algumas vezes isso aconteça. A terapia prestaria um grande desserviço ao paciente se o tornasse dependente do terapeuta. Seu objetivo é ajudar o paciente a tornar-se independente, maduro, eficiente, controlado e feliz consigo mesmo. A independência - a capacidade de pensar e agir por conta própria - está na base de todos os tipos de terapia.
As terapias de autoestima parecem partilhar essa filosofia. São semelhantes a outros tipos de terapia de apoio, em que a aceitação e o cuidado incondicionais são a parte essencial da relação entre o terapeuta e o paciente. Isso não significa que o terapeuta goste incondicionalmente do paciente nem estimule todos os tipos de comportamento. Pelo contrário, ele aceita o paciente por inteiro, encorajando e recompensando a tentativa de adotar novos comportamentos. 
Este livro é semelhante à terapia, pois tenta ensinar a você um novo modelo de vida, uma nova maneira de ver a si mesmo e oferece novas opções. Tenho duas metáforas de terapia: acrescentar mais ferramentas ao arsenal para ter a ferramenta correta quando for preciso ou acrescentar novas cores à paleta para aprimorar a arte e a capacidade criadora.
Talvez a missão mais importante do terapeuta seja encorajar seus pacientes! Muitos ficam desanimados consigo mesmos e com sua vida. É preciso coragem para dar o melhor de nós mesmos neste mundo louco. Encorajando seus pacientes, o terapeuta indica um lugar seguro para experimentar novas ideias e usar novas ferramentas. 
(O Terapeuta de Bolso - Susana McMahon)






Leia a resenha do livro O Terapeuta de Bolso aqui.


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